sexta-feira, 18 de abril de 2014

MOVIMENTO PT APOIA JOÃO SALLES PARA REITOR DA UFBA











Na última década ocorreram alterações nas prioridades que educação exercia no projeto de Estado, ou seja, escolhas políticas refletiam um novo projeto de país a ser pensado de tal forma que combatesse o massivo ataque neoliberal as Universidades públicas. Com isso, passamos a pensar a educação pública como elemento crucial para o desenvolvimento econômico do Brasil. Entretanto, para essa mudança era necessário alterar os principais pilares que compõe a universidade pública: Ensino, Pesquisa e Extensão. Pilares estes constituídos sobre o olhar de uma elite branca beneficiada pelo racismo que via na educação superior o status de excelência e reprodução de uma dominação econômica tendo assim, acesso aos melhores salários e benefícios que permitissem melhores condições de vida.

Essa mudança iniciou com a democratização do acesso,abrindo a universidade para os principais setores historicamente excluídos, alterando o perfil do estudante e refletindo o real contexto social. Logo, o fator determinante para a mudança nas universidades públicas foi o programa de cotas. A partir desse avanço é necessário garantir a permanência do estudante cotista,ampliar a assistência estudantil e expandir a universidade para assim promover o desenvolvimento territorial.

Toda essa mudança foi implantada sobre constante conflito com os setores mais reacionários da sociedade, setores estes que enxergam essas transformações como sendo a destituição da excelência de um ensino público e que abominam qualquer política de reparação social defendendo uma meritocracia preenchida de um discurso classista, racista, sexista, homofóbico e etnocentrista.

Nós do Movimento PT, tendência interna do Partido dos Trabalhadores, compreendemos que as constantes mobilizações no mundo, catalisada pela crise econômica gerada pelo capital especulativo e incentivada por uma política neoliberal, reacendeu a defesa de uma universidade pública gratuita e de qualidade. Estas mobilizações vistas na América Latina,a exemplo do Chile e do Brasil, e na Europa tinham como principal bandeira a luta contra a mercantilização da educação, ampliação do acesso, a necessidade de maior presença do Estado e a crítica da subserviência da universidade com o capital que em crise gerava desemprego em massa da juventude.Com isso, torna-se necessário um novo marco para pensar a educação pública no Brasil, um marco tão crucial quanto a reforma de córdoba e na luta contra a reforma de Bolonha que avance no caráter democrático popular ampliando as últimas conquistas.

Para isso precisamos aprofundar a legitimidade da Universidade aliada com as forças sociais com interesse em protagoniza-la: o primeiro protagonista são aqueles que compõem a Universidade nas suas diversas representações da classe estudantil, dos técnicos servidores e dos professores, o segundo refere-se ao Estado e as políticas públicas adotadas para a educação e a terceira é referente a sociedade civil organizada. O primeiro consiste naqueles que se pronunciam contrario a um ensino conservador e lutam para a construção de um modelo contra hegemônico que agregue as demais formas de conhecimento produzidas no interior ou no exterior da Universidade e também combatam um discurso opressor que utiliza do corporativismo e da meritocracia. O segundo consiste nas opções políticas feitas pelo Estado que exerça uma prioridade sobre a educação pública e que a entenda como uma demanda social devendo então democratizar o acesso, ampliar a permanência e expandir o ensino público com excelênciano intento de torna-lo multiplicador de um desenvolvimento territorial. Por fim a última categoria representaos grupos sociais, movimentos sociais, sindicatos, organizações não governamentais, associações ou indivíduos que estejam disponíveis a constituir uma relação de cooperação entre a Universidade e interesses sociais que representam.

Este último teve uma relação hostil devido ao elitismo da universidade que não priorizou o dialogo com esses setores. Esses diálogos serão retomados através de respostas, ou seja, a universidade precisa apresentar soluções coletivas para os problemas sociais locais recuperando seu protagonismo político através da luta contra a exclusão social.

A construção deste marco tem como elementos fundamentais: a) A Universidade como principal fomentadora do desenvolvimento territorial b) A apresentação do impacto real na comunidade do programa de COTAS c) a expansão dos benefícios voltados para o estudante cotista e para a assistência estudantil d) A expansão de espaços institucionais de diálogo com a sociedade que permitam opinar na condução orçamentária e no planejamento e) A regularização dos espaços e dos setores privados que funcionam dentro da Universidade Pública f) A formação de um centro de referência capaz de acompanhar e captar os principais programas de incentivo ao estudante cotista) A democratização da pesquisa, da extensão e dos espaços de decisão da Universidade.

A eleição para reitor da Universidade Federal da Bahia se apresenta em um cenário decisivo no fortalecimento da Educação Pública. Nesta conjuntura destaca - se a avaliação das políticas de cotas nas Universidades, as grandes manifestações de massas e os projetos eleitorais em disputa. Nessa circunstância precisamos expor a toda sociedade um programa que defenda a democratização do acesso ressaltando o impacto do programa de cotas para o desenvolvimento socioeconômico da Bahia, que atue em conjunto com os movimentos sociais e ressalte a Educação pública, gratuita e de qualidade como sendo prioridade no projeto político.

Discutir os rumos da Universidade Pública nesse momento histórico é disputar as ações afirmativas por inteiro, no sentido de promover equidade na formação dos estudantes, reconhecendo todo o avanço social garantido na expansão universitária. É não perder do horizonte programático a importância da pesquisa, da extensão e da produção do conhecimento, livre dos interesses do capital privado e centrados nos interesse da soberania nacional. É tornar da Universidade um agente propulsor das transformações sociais. É compreender as novas formas de sociabilidade e de organização social na luta contra o capital.

Por fim nós do Movimento PT afirmamos nosso compromisso com o candidato João Salles. Acreditamos que pelo seu histórico de luta, de ativismo e resistência no período da ditadura militar, pela sua identidade com o movimento social, pela dedicação acadêmica voltada na construção de um pensamento crítico e pela comprovada capacidade gestora e política. É ele o candidato que pode construir uma Universidade participativa de caráter popular.Retomando, em conjunto com toda a sociedade, o papel político que a Universidade Federal da Bahia exerce sob o Estado. O nosso candidato tem a compreensão de que expansão de vagas na universidade, cotas e excelência acadêmica são os pilares sinequa non para que a universidade pública cumpra a sua função social.

Reconhecemos que apenas com o estabelecimento destes elementos podemos construir na Universidade Federal da Bahia, conhecimento contra hegemônico.

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